
Glenn Hughes nasceu em 1952, na Inglaterra. Aos 16 anos, montou a banda Trapeze e entrou para o mundo da fama como vocalista e baixista. Eles lançaram três álbuns, sendo que o melhor é "You Are The Music, We’re Just The Band" (1972).
Em 1973, foi convidado pelo tecladista Jon Lord para substituir o baixista Roger Glover no Deep Purple. O guitarrista e temperamental Richie Blackmore, não aceitou que Hughes assumisse também o posto de vocalista (Ian Gillan também havia deixado o conjunto), pois achava que ele brilharia mais do que o resto da banda. Assim, recrutou um ex-balconista de uma loja de roupas, David Coverdale (que anos mais tarde montaria o Whitesnake), para assumir os vocais.
Assim, lançaram o disco "Burn" (1973) e "Stormbringer" (1974). A combinação do timbre bluesy de Coverdale com a versatilidade e os agudos ilimitados de Hughes tornou-se uma das maiores características do Deep Purple. Hughes levou a banda para uma direção mais funky, ratificada com o álbum "Come Taste The Band" (1975), já contando com o guitarrista Tommy Bolin, no lugar de Blackmore.
Foi nessa época que Hughes e Bolin tornaram-se grandes amigos e, infelizmente, parceiros no vício das drogas. Reza a lenda que, durante as turnês, a banda viajava pelos EUA de avião, enquanto os traficantes seguiam de van pela estrada, para suprir o fornecimento de cocaína e heroína para a dupla. Ironicamente, Bolin morreu de overdose de heroína em 1976, precipitando o fim do Deep Purple.
A partir daí, Hughes lançou seu primeiro disco solo, "Play Me Out" (1977), e sumiu, afundado-se de vez nas drogas.
Em 1986, entrou para o Black Sabbath, onde gravou o disco "Seventh Star". Todavia, devido ao avançado estágio de dependência química, brigou com um roadie, levando um soco no nariz que lhe causou uma hemorragia seríssima (o sangue escorria para a garganta, praticamente impossibilitando-o de cantar). Dessa forma, só participou, no sacrifício, de 5 (cinco) shows da turnê de divulgação.
Apenas em 1992, já totalmente limpo e livre do vício, Glenn retomou sua carreira solo, lançando uma série de discos, nos mais diferentes estilos: blues em "Blues" (1992); hard rock "farofa" em "From Now On" (1993) e "Burning Japan Live" (1994); soul e funk com "Feel" (1995) e "Addicted" (1997) e o mais puro rock com "Return To Crystal Karma" (2002) e "Songs In The Key Of Rock" (2003).
Isso sem contar suas participações como convidado em trabalhos de outros músicos e projetos como Phenomena, Voodoo Hill e HTP, ao lado do também ex-Deep Purple, Joe Lynn Turner.
Quem gosta de um rock and roll vigoroso, recheado de influências das mais diversas, como o funk (não é o carioca, pelamordedeus!), soul, blues e pop, não pode deixar de conferir o competente contra-baixo e a impressionante voz desse cara, apelidado sabiamente de "The Voice of Rock".
Uma curiosidade: em 2001, foi noticiado que Glenn Hughes havia morrido, o que causou uma confusão danada. Na realidade, o falecido foi outro Glenn Hughes, cantor do grupo macho men Village People, vítima de AIDS.
[ ]'s