sexta-feira, dezembro 15, 2006

Os 10 discos mais frustrantes

Sabe quando você abre um revista ou entra num site da internet e lê que aquela banda que você tanto curte está gravando um novo cd? Eu, fanático por música, fico logo ansioso aguardando o lançamento. Daí, o bendito vai para a loja (atualmente, é meio complicado dizer que todo mundo "compra" discos, hehehe) e, quando finalmente se escuta, vem a bomba: o novo trabalho é uma merda, as músicas são chatas, mudaram o som da banda, até a capa é "palha", etc.
Abaixo, escolhi apenas 10 (dez) dos inúmeros "chutes no meio das pernas" que já levei:

Def Leppard - Slang (1996): Eles eram uma banda de hard rock "farofa" nos anos 80, o baterista não tem o braço esquerdo, mas mesmo assim mandava muito bem com um kit eletrônico, as músicas eram cheias de energia e vendiam milhões de discos. Porém, como os rockstars estão sempre insatisfeitos, resolveram mudar. O que fazer então? Jogar tudo pro alto e reciclar o som, simplificar tudo. Acho que andaram ouvindo muito a turma grunge de Seattle antes de entrarem em estúdio. Resultado: um disco insosso, fraquíssimas vendas e retorno ao estilo consagrado no cd seguinte.

Europe - Secret Society (2006): Outro representante da safra poser do hard oitentista. Eles sumiram em 1992 e voltaram em 2004, com a formação original, lançando o apenas mediano Start From The Dark, que já preparou o caminho para o que temos aqui: canções cheias de influências modernas, guitarras com afinação baixa e vocais distorcidos. Não espere uma nova "The Final Countdown", pois mal dá pra ouvir os teclados nessa porcaria...



Helloween - Keeper Of The Seven Keys - The Legacy (2005): Desde que o vocalista Michael Kiske saiu em 1993, essa banda nunca mais foi a mesma. De pioneiros do heavy metal melódico, tornaram-se clones de si mesmos, piorando mais ainda com a horrorosa voz do novo cantor, Andi Deris. Neste álbum, os alemães decidiram criar uma terceira parte para os aclamados Keepers... lançados nos anos 80. A iniciativa atiçou os antigos fãs, que imaginavam um retorno aos tempos de glória do conjunto. Que nada, do cd (duplo) salvam-se umas 2 ou 3 músicas, no máximo. Êta disquinho pereba...

Iron Maiden - Virtual XI (1998):
Outra banda que padeceu com a troca de vocalistas. Já tinham lançado o fraco The X Factor (1995). Só que errar é humano. Burrice foi insistir com Blaze Bayley. Trata-se do 11º trabalho de estúdio da carreira e como seria lançado na época da Copa do Mundo da França, alguém teve a "genial" idéia de colocar um moleque assistindo um jogo em realidade virtual entre Brasil e Inglaterra na horrenda capa do disco. O som então nem se fala: músicas e refrões hiper-repetitivos, péssimos vocais e até uma balada com nome em espanhol (!): "Como Estais Amigos". Nota 0.


Kiss - Carnival Of Souls (1997): Pô, pera lá! Todo mundo sabe que eu sou tiete do Kiss. Agora, isso aqui não é Kiss! Os vocais são do Paul Stanley e do Gene Simmons, mas e o resto? Se me dissessem que a banda de acompanhamento foi o Stone Temple Pilots, Alice In Chains ou o Soundgarden eu não duvidaria. É grunge puro! Foi gravado em 1995, contando com Eric Singer (bateria) e Bruce Kulick (guitarra), mas foi engavetado depois da volta da formação original mascarada. Resolveram lançá-lo dois anos depois, devido à pirataria que rolava solta em cima da demo-tape.


Ozzy Osbourne - Down To Earth (2001): Depois do seriado "The Osbournes", Ozzy nunca mais foi o mesmo. Acho que ficou "gagá" de vez. E como quem manda é sua mulher, Sharon, esta decidiu que o estilo da banda deveria ser atual, moderno: aquele metal "adidas" ou new metal, com a cara de Linkin' Park, Limp Biskuit, Korn, etc. Claro que ficou um perfeito saco de fezes. Nem o Zakk Wilde na guitarra ajuda aqui.




Metallica - St. Anger (2003): Ah, esses caras já vinham decepcionando desde o Load (1996), mas há quem diga que eles já tinham "se vendido" no disco Metallica (1991). Fizeram tudo para que todo mundo esquecesse que um dia tocaram heavy metal, até brigaram com o Napster, em 2000. Pra piorar, mandaram embora o baixista Jason Newsted (o baixo foi comandado pelo produtor Bob Rock). Não conformados, decidiram substituir a bateria por um jogo de panelas Tramontina e ELIMINARAM os solos de guitarra das músicas. Melhor nem continuar e ficar por aqui, antes que eu vomite...

Megadeth - Risk (1999): Dave Mustaine sempre sentiu muita inveja do Metallica. Dessa forma, quando viu que seus ex-companheiros estavam "amansando" suas músicas, usando roupas da moda, limpinhos e com os cabelos cortados, aparecendo na mídia e vendendo milhões, o cara surtou e decidiu copiar tudo isso. Acontece que o Megadeth é diferente, começando pela voz de pato do Mustaine. Aqui ele atirou pra tudo quanto é lado: tem baladinha romântica, pop rock e até um quase techno. Intragável.


Van Halen - Van Halen III (1998): Confesso que, quando soube que tinham demitido o vocalista Sammy Hagar, cheguei a me empolgar, achando que o showman David Lee Roth voltaria a ocupar a voz do grupo. Ledo engano: recrutaram o ex-Extreme, Gary Cherone (aquele do hit More Than Words). O que esse rapaz esganiça aqui é dose pra mamute. As músicas são chatas e sonolentas. Uma delas tem o vocal do guitarrista Edward Van Halen, um total fracasso como cantor. De tão baixas as vendas do álbum, a gravadora Warner decidiu cancelar o contrato com a banda. Quem manda fazer merda...

Aerosmith - Just Push Play (2001): Depois de "Cryin" e, principalmente, "I Don't Want To Miss A Thing", o Aerosmith virou queridinho de 11 entre 10 adolescentes assinantes da revista Capricho. Cadê aquela banda festeira, com vocais rasgados, guitarras "na sua cara" e composições bem rock 'n' roll? Essa bolachinha é puro pop-rock, totalmente comercial, com músicas feitas para tocar na Jovem Pan e seus vídeo-clipes "bombando" na parada do Disk-MTV apresentado por aquelas gêmeas retardadas. Triste :(



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quarta-feira, dezembro 13, 2006

ALICE COOPER - "Welcome To My Nightmare" (1975)


Alice Cooper foi o nome da banda montada pelo vocalista Vincent Damon Furnier que, segundo reza a lenda, foi inspirado por um espírito através da famosa "brincadeira do copo". A formação continha Alice Cooper (vocal), Glen Buxton (guitarra), Michael Bruce (guitarra), Dennis Dunaway (baixo) e Neal Smith (bateria).

O grupo foi pioneiro no rock teatral, cujos shows apresentavam desde sangue falso, cadeira elétrica e até uma guilhotina que decepava a cabeça do vocalista. Dizem que foi a fonte de inspiração do Kiss. Porém, os dois primeiros discos, "Pretties for You" (1969) e "Easy Action" (1970), seguem uma linha mais psicodélica. Foi a partir do terceiro disco "Love It To Death" (1970), que o puro rock 'n' roll foi finalmente incorporado ao som dos caras.

Em 1974, após a famosa passagem pelo Brasil, com shows superlotados e, consequentemente, gente pisoteada na confusão, o "Alice Cooper Group" se desfez. Assim, Alice Cooper (o vocalista) seguiu em carreira solo. Este escalou Bob Ezrin para produzir um de seus melhores e mais conhecidos discos. É um álbum conceitual sobre pesadelos, com um clima bem dark. Cada música é um pedaço de sonho. É nesse disco que estréia o mascote Steven, que sempre apareceria de alguma maneira em algum álbum, seja nas letras ou no encarte dos discos.

Os grandes destaques aqui são: a balada "Only Women Bleed", a faixa-título, o rockão "Department Of Youth", a irônica "Cold Ethyl" e a sombria "Black Widow", que conta com uma narração do ator Vincent Price (que interpretou vários filmes de terror e, anos mais tarde, também fez uma narração no final da música "Thriller" do Michael Jackson).

Daí em diante, a carreira solo de Cooper deslanchou, apesar de alguns altos e baixos, principalmente no final dos anos 70 até meados dos anos 80, devido a problemas com alcoolismo. Porém, a partir do disco Trash (1989), recheado de hits, o sucesso veio novamente e até hoje o cantor está na ativa, lançando bons discos e fazendo turnês. Não preciso dizer que sou fã de carteirinha do cara, né? ;)

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segunda-feira, dezembro 11, 2006

THIN LIZZY - "Live And Dangerous" (1978)


O Thin Lizzy foi formado em 1969, na cidade irlandesa de Dublin, contando com Phil Lynott (baixo e vocal), Brian Downey (bateria) e Eric Bell (guitarra). A banda lançou trabalhos excelentes que entraram para a história do hard rock e foi uma das pioneiras das chamadas twin guitars: aqueles duetos de guitarras característicos de bandas como Iron Maiden (o baixista Steve Harris é fã confesso do Lizzy) e Judas Priest.

O disco Live And Dangerous, lançado em 1978, contava com o line-up clássico da banda: os já citados Phill Lynnot e Brian Downey, mais Scott Gorham (guitarra) e Brian Robertson (guitarra).Foi gravado ao vivo na turnê de 1977 e traz os grandes hits do grupo, como: "Emerald", "The Boys Are Back In Town", "Don´t Believe A Word" e "The Rocker".

Há alguns anos, a revista britânica Classic Rock Magazine promoveu uma votação que contou com cerca de 7.000 leitores e o elegeu como o melhor álbum de rock ao vivo de todos os tempos! Porém, recentemente, foi revelado que de "ao vivo" este disco tem pouca coisa...

Segundo o produtor Tony Visconti, a voz de Phil Lynott foi totalmente refeita em estúdio para sanar algumas falhas técnicas, e com muito cuidado para que as novas vocalizações parecessem “ao vivo”. Ainda sobre as vozes, os backing vocals de Brian Robertson e de Scott Gorham também foram refeitos, e cantados pelo próprio Phil. Imaginem um disco ao vivo em que o cantor principal faz sua parte e as vozes de fundo simultaneamente. As linhas de contra-baixo também foram regravadas, bem como várias partes das guitarras. O único instrumento que não foi "mexido" em estúdio, ou seja, é verdadeiramente ao vivo, é a bateria.

De fato, o som está muito cristalino, "perfeitinho" demais. Mas, particularmente, não me importo se é falcatrua ou não. O que interessa é boa música, rock 'n' roll no "talo". E isso eles sabiam fazer muito bem. Aliás, quase todas as bandas fazem overdubs em seus "Live", nem vale a pena se estressar por isso.

Pra quem não conhece nada do conjunto irlandês, este é um ótimo apanhado da carreira. Vão com fé que eu garanto ;-)

Vale informar que o grupo acabou em 1983, e seu líder, Phil Lynott veio a falecer em janeiro de 1986, em decorrência de cirrose.

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sábado, dezembro 09, 2006

DEEP PURPLE - "Come Taste The Band" (1975)


Nos anos 70, o Deep Purple, juntamente com o Black Sabbath e o Led Zeppelin, foi um dos pilares do rock pesado, ajudando a definir o som que futuramente seria denominado Heavy Metal. Após um início de carreira meio imperceptível, a banda lançou grandes discos como: In Rock (1970), Fireball (1971), Machine Head (1972) e Made In Japan (1972), que até hoje são considerados clássicos do estilo.

Em 1973, o vocalista Ian Gillan e o baixista Roger Glover são demitidos e, para as vagas, são recrutados David Coverdale (vocal) e Glenn Hughes (baixo e vocal). Assim, no mesmo ano, lançam mais um ábum excelente: Burn. Porém, nas sessões de gravação do disco seguinte (Stormbringer, lançado em 1974), o guitarrista e fundador Richie Blackmore demonstrou todo o seu descontentamento com o novo direcionamento musical do grupo. A grande influência de soul e funk desagradava profudamente Richie, fato que culminou com sua saída da banda, após o fim da turnê em abril de 1975. A banda não pensou duas vezes e, por indicação de David Coverdale, convidou o jovem guitarrista Tommy Bolin, que já havia tocado no James Gang, Zephyr, Billy Cobham, entre outros.

Bolin deu nova vida ao Purple, com riffs e solos fantásticos, destacando-se as faixas "Coming Home", "Lady Luck", "Gettin' Tighter" e "This Time Around/ Owed To G", que evidenciaram ainda mais a "veia funky" do conjunto. Os teclados de Jon Lord e a bateria de Ian Paice também mostram altíssima competência. Já os duetos vocais de Coverdale e Hughes estão entre os melhores da história do rock.

Após o lançamento, a banda seguiu em turnê de divulgação. Todavia, com pouco mais de um mês na estrada começaram a surgir diversos problemas com Hughes e Bolin no que se referia a drogas (cocaína e heroína, respectivamente). Enquanto estavam ensaiando e gravando, Bolin conseguiu manter um certo controle, mas antes do início de um show no Japão, ao injetar a droga, seu braço direito ficou semi paralisado. Assim, subiu ao palco com a sua guitarra com o volume no minímo, fazendo somente as bases, enquanto Jon Lord executava os solos.

Em 1976, o Purple partiria para a Inglaterra onde, a 11 de março, começam uma série de 5 apresentações. Para desespero de todos, Bolin perdera o controle novamente e todas as datas inglesas foram um fiasco. Após isso, Jon Lord e Ian Paice decidem encerrar a banda. Em dezembro do mesmo ano, Tommy Bolin faleceu em decorrência de overdose.

Daí pra frente, Coverdale formou o Whitesnake, chamando Lord e Paice para a banda. Glenn Hughes seguiu gravando com diversos artistas (ver biografia aqui). O Deep Purple retomaria as atividades em 1984, porém com a formação clássica (Ian Gillan, Roger Glover, Richie Blackmore, Jon Lord e Ian Paice), a chamada mk II.

É isso aí, pessoal, de vez em quando volto a escrever por aqui. Quem tiver interesse nesse discaço, eu faço uma cópia :P

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Obs: este texto é dedicado ao meu brother, Rick Gonçalves, que considera o Come Taste.."A SÍNTESE DO HARD ROCK" :)))