quinta-feira, novembro 27, 2008

Os Trapalhões - DVD - "Momentos Inesquecíveis do Quarteto" (2008)

Quando eu era criança odiava ter que ir à casa de um tio do meu pai aos domingos, no fim da tarde. Lembro de chorar de raiva certas vezes, tudo porque lá a TV ficava ligada o dia todo no Programa Sílvio Santos e era impossível assistir ao meu programa favorito: Os Trapalhões.
Até um tempo atrás, o programa detinha o recorde de mais tempo em exibição na televisão, não sei se ainda o é. E foi um longo período no ar, mesmo depois de encerradas as gravações. Eu sempre adorei e procurava qualquer coisa no e-mule, youtube, etc. Aquele Turma do Didi é um porre, me recuso a assistir.
Agora, a Globo resolveu, finalmente, soltar uma coletânea em 3 dvd's com os "melhores momentos" do quarteto. Não que seja ruim, mas ficou muita coisa boa de fora e outras sem-tanta-graça-assim foram incluídas: como a fase trio, depois da morte do Zacarias, ou até mesmo da segunda metade dos anos 80, quando o programa já era feito em auditório e mais voltado às crianças. O início do programa, em 77, era muito engraçado e o humor, por vezes, era bem escrachado, direcionado ao público mais velho (não necessamente adulto).
De qualquer forma, para quem estava sedento por material antigo, como eu, vale a inciativa. Tá custando 50 reais, em média. Comprei no "distribuidor alternativo", mas pretendo colocar umas moedas a mais nos cofres globais, em breve...
Nota: 7,5
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quarta-feira, novembro 26, 2008

Top 5 - Troca de vocalistas



Black Sabbath (1980): Ozzy Osbourne já tinha aprontado de tudo, vivendo afundado em cocaína e álcool, quando o resto da banda percebeu que não havia condições de continuar com ele. Ironicamente, foi a empresária Sharon Arden (futura esposa de Ozzy) quem sugeriu o nome de Ronnie James Dio, recém saído do Rainbow, para assumir os vocais. O baixinho que inventou os famosos chifrinhos do metal foi um sopro de vitalidade pra uma banda combalida pelas drogas e falta de perspectivas musicais, numa época em que a sensação do momento era Eddie Van Halen. O álbum Heaven And Hell (1980) foi um clássico da musica pesada.

Survivor (1984): Típico caso em que todo mundo conhece o hit, mas nunca ouviu falar da banda, o Survivor estourou mundialmente em 1982 quando, a pedido de Sylvester Stallone, compôs e gravou a música-tema de Rocky III, "Eye Of The Tiger" (que virou símbolo de lutas de boxe). Com a saida do cantor Dave Bickler (por problemas na garganta), o posto foi assumido pelo ex-Target e ex-Cobra, Jimi Jamison. Com uma voz totalmente diferente, Jamison empurrou a banda mais fundo no rock melódico pop (AOR) perfeito para as FM's, sendo que mais dois hits foram gravados para trilhas-sonoras: "Moment Of Truth" (Karatê Kid, 1984) e "Burning Heart" (Rocky IV, 1985).



Mötley Crüe (1994): Símbolo do clichê "sexo, drogas e rock 'n' roll", o Mötley viveu seu apogeu na segunda metade dos anos 80, com turnês de sucesso e discos platinados como Girls! Girls! Girls! (1987) e Dr. Feelgood (1989). Em 1992, o vocalista Vince Neil decidiu sair (ou foi demitido, como o próprio afirmou). Em seu lugar entrou John Corabi. Com um estilo e voz opostos a Neil, Corabi jogou pra longe os agudos, o clima festeiro e letras sexistas. O único e ótimo álbum que saiu dessa formação foi Motley Crue (1994), que continha excelentes faixas como "Hooligans Holiday" e a semi-balada "Misunderstood" (hit na MTV). Pena que durou pouco.

Van Halen (1986): Tá certo, eu adoro o David Lee Roth, mas o Van Halen com Sammy Hagar também é do cacete! O primeiro disco dessa reunião foi 5150 (1986), que atingiu o #1 da Billboard americana, fato inédito e único na carreira da banda, trouxe clássicos como "Dreams", "Why Can't This Be Love" e "Love Walks In". Mais um exemplo de mudança de comportamento aqui, também: adeus letras machistas e festeiras, o lance era falar sobre amor, relacionamentos, cotidiano, etc. Além da maior ênfase aos teclados e músicas mais comerciais. Engraçado é uma frase de Lee Roth ao se comparar com Hagar: "He's the kind of guy you go out with to split a bottle with a friend. I'm the kind of guy you go out with if you want to split your friend with a bottle". >:D

Deep Purple (1973): Ian Gillan já era o segundo vocalista a ter passado pela banda, subsituindo Rod Evans. No verão de 73, ao fim da turnê no Japão, ele foi embora, levando consigo o baixista Roger Glover. Daí chamaram o baixista-vocalista do Trapeze, Glenn Hughes. Este cantava muito bem, mas provocou ciúmes no guitarrista Richie Blackmore, que não queria ninguém aparecendo mais do que ele. Daí recrutaram o vocalista, até então desconhecido, David Coverdale para dividir as vozes com Hughes. Na minha opinião, ficou perfeito. O disco Burn (1974) é um dos meus preferidos na enorme discografia do conjunto inglês.Depois lançariam Stormbringer (1974) e Come Taste The Band (1975) até a dissolução. Retornaram em 1984, já com Gillan e Glover.

terça-feira, novembro 25, 2008

YNGWIE J. MALMSTEEN - "Perpetual Flame" (2008)



Antes de tudo: olhem a capa do disco. Eu quase me racho de tanta risada. Esse photoshop é foda mesmo, hein? Emagreceram o sueco uns 20 quilos e, pra piorar, colocaram pêlos que ele NUNCA teve no peito. Enfim, o cara é egocêntrico mesmo, não adianta.

Fazia muito tempo que o viking não soltava um álbum digno do início da carreira. Dessa vez ele acertou a mão. Chamou o vocalista Tim "Ripper" Owens (ex-cover do Rob Halford no Judas Priest e ex-Iced Earth) e o produtor Roy Z (Bruce Dickinson) para comandar a banda no estúdio. Isto é, o maleta nórdico tava afim de arrebentar mesmo. Tá certo que originalidade aqui passa longe, bem longe. É aquele mesmo metal neo-clássico, recheado de solos, arpeggios, escalas menores, e tudo que já estamos acostumados em qualquer lançamento dele.

O cd abre logo com uma cacetada: Death Dealer, onde o vocal é um arregaço só, além da guitarra, óbvio. Red Devil lembra os tempos farofentos de "Odyssey" (1988). A instrumental Caprici Di Diablo é um primor de beleza guitarrística. Ainda estou impressionado com a volta da criatividade ao Yngwie. Em Magic City, uma balada bluesy, Mister Ego ataca de vocalista, também. Ficou interessante, mas é melhor ele ficar só na guitarra mesmo.

No geral, é um bom disco, mas peca no quesito espaço para o vocalista aparecer, visto que a voz ficou um pouco escondida na mixagem. Normal.

Nota: 9

segunda-feira, novembro 24, 2008

GUNS N' ROSES - "Chinese Democracy" (2008)


Ainda me lembro do ano de 1991: eu cursava a 6a. série do 1º grau (não sei como chamam isso hoje, acho que é ensino fundamental), o Rock In Rio II rolando no Maracanã com Titãs, Dee Lite, Information Society, Prince (morto de fresco com um microfone banhado a ouro), George Michael, Run DMC.
Minha mãe me deu de presente a fita K-7 oficial do evento, lançada pela Som Livre. Foi meu primeiro contato com o metal, pois ela continha "Holy Wars" do Megadeth e "Painkiller" do Judas Priest, bandas que eu nunca tinha ouvido falar até então. Todavia, não peguei o espírito da coisa naquele momento, o que me chamava atenção era uma banda que tinha passado na madrugada na transmissão ao vivo da Globo: Guns n' Roses.
Fiquei fascinado com aquilo: o vocalista não parava, correndo pra todos os lados o tempo todo; o guitarrista com aquela juba cobrindo o rosto solando a Les Paul que segurava à altura dos joelhos e a galera gritando enlouquecidamente os refrões de "Paradise City", "Sweet Child O' Mine", etc.
Com 12 anos, virei fã, ganhei os discos (vinyl mesmo), depois os cd's, comprava revista-poster, quis aprender a tocar violão, queria ser o Slash. Com o tempo e a descoberta de novos sons, fui deixando de gostar e, durante um certo período, por implicância ou saturação, detestava essa banda. Mais tarde, voltei a "gostar", somente.
O "Appetite For Destruction" (1987) é um dos melhores discos de rock da história, apesar do que veio depois estar muito abaixo desse adjetivo.
Disse tudo isso pra que? 17 anos se passaram, o mundo não é mais o mesmo, nem o rock, nem a globo, nem eu, nem você. Tanto marketing, ganho de 50 quilos, show do Rock in Rio 3 em 2001 (um lixo), ataques nervosos maníaco-depressivos, dread-locks no cabelo, contratação e demissão de 493 músicos depois, pra lançar "isto".
A faixa-título, "Better" e "Catcher In The Rye" são até legais, mas o tom predominante aqui é melancólico, industrial e sujo. Nada a ver com o hard rock feroz e impactante de outrora.
Triste fim pra uma banda que foi o começo.
Nota: 3

quinta-feira, novembro 20, 2008

AC/DC - "Black Ice" (2008)



Existe um clichê no rock que diz assim: "Motorhead, Ramones e AC/DC nunca mudaram, sempre lançando o mesmo disco com título diferente". Exageros à parte, o som do grupo radicado na Austrália continua aquele rock 'n' roll básico, recheado de riffs de guitarra, solos bluesy, bateria 4/4, baixo pulsante e vocal esganiçado. Ótimo, concorda? Bem, depende...
Faz muito tempo que a banda não lança um disco decente, desde o The Razor's Edge (1990) que trazia a empolgante "Thunderstruck". Depois disso, só o mais do mesmo, sem nenhum clássico ou música memorável.
Não sei se é devido à idade (os músicos já chegaram na casa dos 60 anos), o medo de arriscar ou, até mesmo, falta de criatividade, mas o novo lançamento da turma do Angus Young parece ter a mesma música da faixa 1 à faixa 15.
Ok, mais um exagero. Até que "Rock 'n' Roll Train" anima e tem potencial para virar hit (o vídeoclipe já está rolando por aí). "War Machine" e "Storm May Day” são bem legais também. Mas, e o resto? Sinceramente, passa despercebido.
Andam falando que este é o melhor disco desde Back In Black (1980). Um absurdo, sem dúvida, até mesmo porque outros ótimos álbuns (poucos) vieram depois. Talvez seja implicância minha, mas a banda aqui parece sem pegada, sem tesão.
Enfim, é esperar a turnê mundial, torcer para virem ao Brasil (eu vou!) e conferir como ficam essas músicas ao vivo.
Nota: 6,5

terça-feira, novembro 18, 2008

Por que tanto culto aos anos 80?

O que esses anos espremidos entre 1979 e 1990 (sim, eu sei que a 'década' se conta de outro jeito, mas deixa assim, vai) têm de mais?
Fui criança durante esse período, ou seja, fui obrigado (ou não) a consumir Xuxa, Mara Maravilha, Dominó, Pogobol, Thundercats, Profissão Perigo, Alf, Copa de 86, Zico, Roberto Dinamite, Os Trapalhões, Pirocóptero, etc.
É claro que tem muita coisa boa dessa época: na música, por exemplo. Eu, grande entusiasta do rock, adoro as bandas que surgiram ou explodiram no auge do heavy metal, do hard rock farofa, do pop e por aí vai. Em relação aos filmes: por mais toscos que fossem, comparados à tecnologia de hoje, também foram lançadas pérolas como "Os Sete Suspeitos", "O Iluminado", etc. Além de todas aquelas comédias e aventuras que ainda acho o máximo (ex: De Volta para o Futuro).
Na contra-mão disso, a moda era ridícula, os cabelos então, nossa senhora! O Brasil vivia uma super-inflação, não havia computador nacional, Belém era (?) um atraso, enfim, teve um monte de coisa ruim também.
O que me irrita é o culto exacerbado. Pô, eu tenho carinho e boas lembranças desse tempo. Só que não acho que atualmente nada presta e tudo naquela época era lindo. Tá certo que hoje, uma criança de 8 anos (ou menos) já tem celular, a violência tá cada dia maior. Porém, muita coisa mudou pra melhor: poder escrever textos como esse sem precisar datilografar e procurar uma xerox e mandar por correio ou deixar na casa dos amigos.
Gostar, achar legal, é válido. Superlativizar é ridículo e vergonhoso.

segunda-feira, novembro 17, 2008

TOP 5 - Farofa-fa

David Lee Roth - Eat 'Em And Smile (1986): Recém saído do Van Halen, o performático e poser dos posers "Diamond" Dave recrutou ninguém menos que o guitarrista Steve Vai, o baixista Billy Sheeham (Mr. Big) e o baterista Gregg Bisonette (Joe Satriani) para gravar o seu primeiro álbum solo (já havia saído um EP em 1985: Crazy From The Heat). Vale destacar o mega-hit "Yankee Rose", cujo vídeoclipe é a essência de todos os elementos que caracterizavam o hair metal americano dos anos 80.




Kiss - Crazy Nights (1987): Depois de abandonar as máscaras, o Kiss investiu pesado na moda glam que imperava na época. Todavia, na época da gravação desse disco, a popularidade da banda estava baixa. O que fazer? Chamaram o hit-maker Desmond Child, para escrever algumas canções e o produtor Ron Nevison que tinha estourado Ozzy Osbourne no ano anterior com The Ultimate Sin. Assim, esse é o disco mais pop, cheio de teclados e refrões da fase sem maquiagem da banda. O carro-chefe é o quase hino "Crazy Crazy Nights" que chegou ao #1 nas paradas britânicas.


The Darkness - Permission To Land (2003)
Inexplicável. Como uma banda como essas pôde estourar em pleno século XXI? Mais inexplicável ainda foi terem lançado apenas dois discos na meteórica carreira (falando nisso, o vocalista Justin Hawkins adorava um pó). Aqui temos grandes riffs, refrões, duetos de guitarra "'thin-lizzyanos", muita afetação vocal, baladas, mais afetação vocal, etc. Outra coisa: deixaram um monte de músicas (ótimas, por sinal) fora do álbum, só lançadas em singles...

King Kobra - Ready To Strike (1985)
Carmine Appice já era um veterano baterista, que já tinha tocado com Jeff Beck, Vannila Fudge, Cactus, Rod Stewart e Ozzy Osbourne quando decidiu formar uma banda poser em que todos os integrantes, exceto Appice, eram loiros. Um detalhe curioso foi que o vocalista Mark Free anos depois fez mudança de sexo e hoje atende pelo nome de Marcie, hahaha. Sobre o disco, posso falar que o som é quase heavy metal, analisando pelas guitarras a la Iron Maiden, mas recheado de melodias e refrões hair metal. Dê uma conferida aqui.

Cinderella - Long Cold Winter (1988)
Essa banda tinha o visual e a atitude, mas o som era muito mais bluesy do que o restante das bandas farofentas da época, uma espécie de Aerosmith + Led Zeppelin com vocal meio AC/DC, entedeu? Outra coisa legal dessa banda era a qualidade das baladas. Não entendo como não estouraram por aqui, na época. Uma delas, "Coming Home", é uma das minhas preferidas no mundo hard.