sábado, janeiro 07, 2006

Troféu Emmerson Nogueira

Não é só o famigerado cantor mineiro que ganha a vida tocando música dos outros. Alguns nomes consagrados do rock já se renderam às inúmeras influências de suas carreiras, inclusive algumas inusitadas. Para também dar minha contribuição ao plágio (ops!), "surrupiei" o título desse post do prêmio oferecido no programa Covernation da MTV. Tentei recordar alguns e reuni abaixo, os ábuns de covers que mais me agradaram:

Apocalyptica - Play Metallica By Four Cellos (1996)
Quatro violoncelistas filandeses influenciados pelo heavy metal e música clássica resolveram tocar clássicos do Metallica. O resultado ficou bastante interessante, pois não houve perda do peso, nem tampouco da atmosfera das composições, garantido uma certa originalidade ao produto final. Foi um verdadeiro sucesso, vendendo cerca de 350 mil cópias no mundo




Jeff Healey Band - Cover To Cover (1994)
Deficiente visual e dono de um estilo inconfundível de tocar sua guitarra no colo, tal como uma guitarra havaiana, Jeff Healey coveriza com maestria alguns blues como "Stop Breaking Down" (Robert Johnson), "Highway 49" (Big Joe Williams) e "I'm Ready" (Willie Dixon) entrelaçados com pérolas do rock and roll como a balada "Angel" (Jimi Hendrix), "Shapes Of Things" (Yardbirds), "Communication Breakdown" (Led Zeppelin) e a obscura "Yer Blues" (Beatles).


Michael Schenker Group - Heavy Hitters (2005)
O guitarrista alemão, ex-Scorpions e UFO, recrutou um time de vocalistas estrelas do hard/heavy como Joe Lynn Turner (Rainbow), Jeff Scott Soto (ex-Yngwie Malmsteen), Paul Di'Anno (ex-Iron Maiden), Sebastian Bach (ex-Skid Row) para recriar alguns clássicos do rock, entre eles: "Money" (Pink Floyd); "All Shook Up" (Elvis Presley); "I Don't Live Today" (Jimi Hendrix) e "War Pigs" (Black Sabbath). Todas com a pegada característica do mestre da Gibson Flying V.

Rush - Feedback (2004)

O trio canadense apostou em oito covers de bandas do final dos anos 60: a pesada "Summertime Blues" (Eddie Cochran); "Heart Full Of Soul" e "Shapes Of Things" (Yardbirds); as hippies "For What It’s Worth" e "Mr. Soul", do Buffalo Springfield, a ótima e esquecida "The Seeker" (The Who); "Seven And Seven Is" (Love) e a clássica do blues "Crossroads" (Robert Johnson). Aqui eles deixam de lado a virtuose e o hard rock progressivo, para com feeling bluesy e muita classe surpreenderem até quem não vai muito com a cara da banda.

Eric Clapton - From The Cradle (1994)

Colocanto todo o seu estilo guitarrístico e vocal em grandes clássicos do blues, o mestre Clapton gravou, na minha opinião (e de muitos fãs) seu melhor álbum. Faixas brilhantes não faltam, entre elas: "Hoochie Coochie Man" e "Groaning The Blues" de Willie Dixion (lembrado e homenageado por quase toda nata do rock mundial, de Led Zeppelin a Megadeth), a nervosa "Blues Before The Sunrise" e "How Long Blues" de Lerroy Carr. Quem gosta de guitarra bem tocada e melodiosa, não pode deixar de conferir esse disco.

Paul McCartney - Run Devil Run (1999)

O repertório deste cd é composto, em sua grande maioria, de standards do rock 'n' roll dos anos 50, isto é, a essência do som dos Beatles. E Paul ainda chamou ninguém mais, ninguém menos do que o guitarrista David Gilmour (Pink Floyd) e o baterista Ian Paice (Deep Purple), entre outros, para desempenhar um trabalho impecável. E tome versões de Carl Perkins, Elvis Presley, Fats Domino, Chuck Berry, etc. Sensacional, adoro esse álbum.

Matanza - To Hell With Johnny Cash (2005)

Esta banda de hardcore/rockabilly/country carioca foi uma de minhas gratas surpresas em 2005. Um som divertido, pra cima, com letras bem engraçadas e inteligentes, sem esquecer da boa técnica dos músicos (coisa difícil nesse estilo). Como o título sugere, eles "exorcizaram" músicas do falecido cantor americano Johnny Cash. Os destaques são: "Cry, cry, cry", "Wide open road", a quase thrash "Don't take your guns to town"; "Five feet high and rising" e "San Quentin", tudo sem deixar de lado a beleza das gravações originais.

Joe Lynn Turner - Under Cover (1997)

À sombra de Ronnie James Dio no Rainbow, Jeff Scott Soto na banda do Yngwie Malmsteen e tendo participado de uma frustrada formação do Deep Purple (substituindo Ian Gillan no disco Slaves And Masters de 1990), Joe Lynn Turner sempre foi meio injustiçado, justamente por "pegar o bonde andando" quando entrou nas bandas citadas. As críticas sempre foram pesadíssimas, principalmente devido à característica de sua voz: meio afetada e pop. Aqui, o rapaz resolveu homenagear: Grand Funk ("We're An American Band"), Cream ("Sunshine Of Your Love"), Jimi Hendrix ("Freedom"), Free ("Fire & Water") e suas ex-bandas: Deep Purple ("Hush") e Rainbow ("Street Of Dreams"), etc. Apesar de ter ficado meio "farofinha", o resultado denota competência e ficou bem agradável até.

Como diz a vinheta do já citado Covernation: "Um garoto conhece o rock, compra uma guitarra, uma revista de cifras e monta uma banda de covers". Pelo visto acima, nada mais natural e verdadeiro, não é mesmo?

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3 comentários:

Anônimo disse...

O que vc tem contra cover?? Eu adoro Emmerson Nogueira e Danni Carlos!!!
Qt aos albuns citados, conheço apenas o do Paul McCartey :}

Marcio Holanda disse...

Gosto de muito disco aí. O do Clapton também é fantástico. A diferença desses aos "emmersons nogueiras" da vida é que acrescentam algo, dão sua cara à tapa nas versões, mostram suas influências, sua história, enfim fazem o trabalho como se fosse seu. Enquanto que o Nogueira, bem, deixa pra lá. Ele não merece.

:)

Doda Vilhena. disse...

Olha, esclarece que alguns desses discos aí tu não compraste seu safado! Eu sei de um que foi inteiramente baixado pelo Soulseek, mas vou me abster de mais comentários para não seres preso pela PF.